
Saúde e Bem-estar
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Cada dia mais, novos tipos de alimentação ganham força para que encontremos maneiras de repensar nosso estilo de vida e nossos hábitos, como o vegetarianismo e o veganismo, ambos compostos por uma dieta baseada em plantas.
No documentário da Netflix David Attenborough e nosso planeta, o naturalista que dá nome à obra salienta como a produção de carne para consumo é uma das indústrias que mais poluem ao redor do mundo.
Os efeitos desse movimento são inúmeros e, infelizmente, nocivos ao planeta Terra. Apenas para ilustrar, um dia sem consumir produtos de origem animal poupa 3.400 litros de água e deixa de emitir 14 kg de gás carbônico na atmosfera (equivalente a 100 km rodados em um carro), segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira.
Segundo David, uma das maneiras mais assertivas para salvar o planeta é repensar nossos hábitos, reduzindo a ingestão de alimentos de origem animal e inserindo frutas e legumes no cotidiano.
Afinal, a produção desses ingredientes aumenta áreas verdes, as quais, por sua vez, equilibram e regeneram ecossistemas.
A alimentação à base de plantas (do inglês plant based) surge, nesse contexto, como uma forma de reestruturar nosso estilo de vida. Para compreender o significado do nome, seus benefícios e quais alimentos ter no seu dia a dia, continue a leitura!
Como o nome sugere, a alimentação composta de plantas consiste em uma dieta baseada em vegetais, em legumes, em frutas e outros alimentos que não sejam carnes.
A alimentação vegana e a vegetariana são exemplos de uma dieta baseada em plantas. Em ambas, opta-se pela ingestão de ingredientes de origem vegetal durante as refeições.
A diferença entre elas está no fato de que pessoas vegetarianas, geralmente, cortam a carne do dia a dia. No entanto, elas ainda podem consumir ingredientes de origem animal, como ovos, leite, queijo e manteiga.
Já a alimentação vegana não possui nenhum prato com produtos derivados dos bichinhos. Além disso, essas pessoas tendem a levar esse costume como um estilo de vida, deixando de comprar produtos testados em animais e itens de couro, por exemplo.
Por mais que muitas vezes o senso comum defenda o contrário, a dieta à base de plantas é extremamente saudável. A carne pode ser substituída por inúmeros alimentos encontrados na natureza e que resultam em receitas deliciosas.
A dieta baseada em plantas cria refeições extremamente saudáveis e saborosas.
O único cuidado, ao adotar esse tipo de alimentação, é o nível de vitamina B12 no sangue, um composto encontrado em comidas de origem animal, produzido por bactérias.
Adeptos da dieta vegana, principalmente, devem ingerir comprimidos com o nutriente ou adquirir produtos que tenham a B12 em sua fórmula, a fim de evitar doenças causadas pela escassez da vitamina.
Por fim, é importante destacar que a dieta baseada em plantas também visa diminuir o consumo de processados e de alimentos industrializados, prezando por legumes, verduras, frutas e grãos que sejam naturais e livres de agrotóxicos. Dessa forma, estimula vários benefícios à saúde e ao meio ambiente.
Atualmente, vários estudos são desenvolvidos para demonstrar como a alimentação à base de plantas é benéfica à saúde e ao ecossistema. Selecionamos alguns deles:
Pesquisas realizadas pela Universidade de Oxford apontam que vegetarianos e veganos possuem 28% menos riscos de desenvolverem doenças cardíacas causadas pelo entupimento ou obstrução das artérias.
Entre as razões para a diminuição, os cientistas destacam o consumo reduzido de gorduras saturadas e de colesterol, compostos presentes abundantemente em alimentos de origem animal.
Estudos publicados no jornal inglês Cancer Prevention Research demonstram que o ferro-heme, um composto presente na carne, causa irritação do intestino, de forma que células são danificadas e o risco de câncer de cólon aumenta. Logo, cortar o alimento da rotina diminui o risco de contrair a doença.
Como benefícios de longo prazo, podemos apontar a diminuição do risco de câncer.
Além disso, uma pesquisa publicada na Advances in Nutrition and Cancer indica que as pessoas consumam mais frutas, legumes e grãos integrais, a fim de prevenir possíveis cânceres.
Estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e no Canadá apontam que veganos possuem menos chances de desenvolverem diabetes tipo 2 quando comparados a vegetarianos e, principalmente, a pessoas que consomem carne.
Para que uma dieta baseada em plantas seja possível, é preciso cultivar os alimentos. Conforme essa alimentação se torna mais comum, temos como resultado o aumento de áreas verdes.
Dessa forma, ecossistemas serão regenerados e mudanças climáticas serão diminuídas, visto que as plantas afetam diretamente a saúde de todo o planeta Terra.
No Brasil, é extremamente comum consumir carnes e industrializados. Nas refeições, os legumes, as verduras e as frutas acabam ocupando um papel secundário no prato (isso quando estão presentes).
Apostar em receitas da dieta baseada em plantas é uma forma de descobrir novos sabores, de preparar novas combinações e, quem sabe, de estimular o hábito de cozinhar.
A dieta à base de plantas permite descobrir novos sabores, que vão além dos tradicionalmente conhecidos.
Dessa forma, reduz os gastos em restaurantes e pode, inclusive, diminuir o descarte de resíduos, visto que é comum as refeições virem em sacos plásticos ou de papel na hora da entrega.
A pecuária é, atualmente, uma das indústrias que mais poluem no Brasil e no mundo. Além da emissão exagerada de gases na atmosfera, ela utiliza trilhões de litros de água por ano e desgasta o solo.
Segundo pesquisas, mais de 80% da Amazônia foi desmatada para o tratamento de gado. Logo, reduzir o consumo de alimentos de origem animal e estabelecer uma dieta à base de plantas é, também, diminuir a poluição e aumentar os cuidados com o meio ambiente.
Optar por uma dieta baseada em plantas é cuidar dos animais e garantir que eles não sofrerão para que nos alimentemos. Com exceção da vitamina B12, todos os nutrientes necessários para o corpo humano podem ser encontrados em legumes, em frutas, em verduras e em grãos.
Logo, não precisamos sacrificar animais para nos alimentar no dia a dia. Repensar nossos hábitos é, também, cuidar de outros seres vivos.
É importante ter em mente que começar uma dieta baseada em plantas do dia para a noite não fará bem à sua saúde.
O primeiro passo para reduzir o consumo de alimentos de origem animal e de processados é consultar um nutricionista, a fim de que o profissional te ajude a estruturar um cardápio dentro da dieta baseada em plantas que atenda todas as necessidades do seu corpo.
Começar a reduzir a ingestão dos produtos aos poucos também é uma boa ideia. Corte a carne bovina, a de frango, a de peixe e, se for de sua preferência, tire os alimentos derivados — tudo, claro, devagar.
Desenvolver um cardápio junto com a nutricionista é a melhor forma de iniciar a dieta baseada em plantas de forma saudável e benéfica ao seu corpo.
Tornar-se adepto da Segunda sem Carne também é uma ótima ideia. O movimento está presente no mundo todo e encontrou, no Brasil, o maior número de participantes.
Basicamente, ele pede que deixemos de consumir qualquer produto de origem animal uma vez na semana, o que já ajuda bastante a diminuir os impactos.
Essa transição gradual ajuda seu corpo a se acostumar com os novos hábitos de alimentação sem sentir tanta falta de alguns sabores, por exemplo.
Caso você goste muito da carne e tenha medo de sentir falta dela no dia a dia, pode buscar por produtos que a imitam no supermercado. A Fazenda Futuro, por exemplo, desenvolve alimentos com sabor e textura idênticos ao da carne animal, porém com ingredientes naturais e vegetais.
Ao cortar alimentos de origem animal e processados da sua alimentação, existem certos produtos que precisam entrar no cardápio da semana para que seu corpo tenha todos os nutrientes necessários.
Quando o assunto é legumes, monte uma rotina com folhas verdes escuras. Brócolis, espinafre, couve e rúcula são excelentes fontes de ferro para o organismo. Além deles, couve-flor, berinjela e abóbora são vegetais ricos em nutrientes.
Morango, abacate, laranja, uva, maçã e melancia são algumas frutas com níveis de açúcar equilibrados e que podem ser ingeridas após as refeições, como sobremesa, ou durante o lanche da manhã e da tarde.
Grãos integrais, óleos vegetais e azeites são ótimas fontes de proteínas e de gorduras para o corpo. Incorpore-os na sua alimentação, com foco especial na lentilha, no grão-de-bico, no feijão e na aveia, que possuem muitos nutrientes.
É sempre bom frisar que, ao adquirir os produtos, o indicado é optar pelos integrais e livres de agrotóxicos. Assim, você leva para casa alimentos que são benéficos para você e para sua família.
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